sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Carrego comigo uma pequena faísca
Uma nota de rodapé na historia

Um ponto de luz à sombra do misterio
Guardado no bolso do coração

Importancia desmedidamente descontrolada
E calculadamente caotica e irracional

Trazendo o passado que nunca me lembrei
A chave de um futuro que nem sei se vou estar

Trago aqui comigo...

Não sabia o que era

Até ter um amigo

domingo, 16 de novembro de 2008

Multicores

Cada gota caí com um sonho
Perdido na estrada agreste

Rustica vida outrora
Abrandada em delirio celeste

Cansando de fugir a cada hora
Seus pesados pesames ganho

E vem a musica a minha janela
Mais melodiosa que toda a sinfonia

Soprano vento
Maestro Tufão

A natureza chama silenciosa

Ilusoes adotadas na perfidia humana

Sem Ordem Ou Caos

Só existe sem ser prevista..

Só é controlada por nossos corações..



Só existe em meus sonhoS

Devil's Tongue

Falei de ti
Profanei...

Disse tudo que fez

Gritei tudo que vais fazer

Naquela dor cega
Tomou conta dos meus pulmões

Abandonado à meu proprio azar

A insanidade me chama
Enquanto o sangue negro ferve calado

Esqueleto dançando sorridente
Cuida de minha travessia

Meus delirios dantescos
se contorcem em remorso

Esfaqueados pela culpa

Falei de ti..

Ao preço de minha alma

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Phoenix

E daz cinzas nasce
Uma asa cor escarlate

Flamejando em paixão viva
Iluminando soís e galaxias

Brilha e fulgura
cansando a cada ciclo
de luz e cor e calma

Assim nasce e vive
Renasce , nao morre
No infinito dos coraçoes..

domingo, 28 de setembro de 2008

Destino

Seja quem for

talvez um condenado
ou um coração que ficou de lado

Lute...


Desista de desistir


Não leiam essa lápide e pensem..
não pensem.. apenas peguem suas espadas
Juntem aquelas gotas de coragem sóbria
cavalguem aos campos em chamas

E por um dia que seja

Cortem seu destino
Seus tentáculos e garras

As mão longas e frias
A sepultura sorridente

Quebrem as paredes do labirinto...

Não fui forte...
Nasci levemente amarrado.. Agora eu vou totalmente acorrentado

"Me faltou força"
Sempre me disse isso

Mas não era a força..

Era o porque..

Era aquela que nunca encontrei..
Que perdi antes de ver...

Lutem ..Lutem.. Lutem..

Não há vida se não na batalha
Não há vida se o destino me separou dela

E não haverá vida se perderem também

Sejam covardes e tolos..sejam infantis e desonestos..

Sejam o que são..

Mas lutem meus filhos

Porque o Destino é cuidadoso e meticuloso

Ele não vai tirar o que podem prescindir

Ele só lhes rouba uma coisa..

Que lhe faz perder todo o resto..

Lutem..

Devolvam ao mundo, Cada sorriso roubado pelo destino

Esse é meu testamento e lei
essa é minha palavra

Essa será a sua busca e dedicação

Esse é o Graal




Arcturus , The Blessed
King of Britain

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Carta à Estrela

Me desculpe.. As palavras soam tão confusas quanto os dias e horas embaralhados sem seu sorriso inebriante... Sofri muito na vida, e ainda sofro... Passei por infernos mil... todos os tipos de tormentos...Sim, eu conheço o fundo do poço..

Conheci mil infernos... Mas só um Céu


E te garanto que nele não existem harpas nem anjinhos... Existe um abraço... Um perfume, Um colo...


Ele existe, despretensiosamente..sem saber o quão sagrado ele é... Sem ser visto ...sem deixar que vejam.. Ele é a unica chance de escapar..fugir.. Provar para si mesmo e para o mundo, que nessa loucura toda, ainda existe o amor... Ainda existem sonhos... Ainda existem aventuras e desafios... Existem pares indissoluveis, e palavras mais sólidas que concreto... Existem ventos desordenados..Guiando nossos barcos celestes para mares revoltos... furacões gentis de leve toque... e Plumas tão densas quando chumbo...


Existir por existir..amar por amor


Assim que vim, assim eu vejo.. Assim sou seu ..


Talvez torto, desengonçado e inacabado... Mas ainda um coitado... Um marinheiro perdido no oceano de seus olhos.. Abandonado nas tormentas da sua ausencia..


Apenas um .. Que talvez não lhe faça diferença meu amor... Mas acredite..Para ele.. não é uma questão de diferenças , acertos ou ajustes...São batidas.. do coração... Cortes ... rasgando a distancia entre nós... Asas... ruflando meus sonhos .. Meus sonhos na sua realidade


Não rezo pedindo piedade, ou penitência..Não acredito em puniçoes divinas..vidas proximas... Ou deidades luxuriosas


Mas tenho fé única e inabalavel e ETERNA em seus beijos


E meu maior desejo..só pode ser atribuido a voce.. Ter o intocavel..e Ser o incompreensivel..


Ser e ter .. Ao seu bel prazer


Ser a Chave Para o Seu Céu



Meu Amor

Abismo

Abismo abandonado e sombrio
Contido em tristeza e sangue

Ossos de um amor despedaçado
Trevas de uma alma cansada

A escuridão toma conta
Bebe daquele lago maldito

Forçando a luz embora
Dominando todas as forças

Apagando a vela que um dia foi meu coração

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Insetos e Ervas

Em asas duras de letras belas
Folhas escondidas à luz de velas

Avança contra os caracoís
Relampejando suas mínimas pernas

E borboleteia assim o poema
Curto ,desaponta, mal chega ao fim

Mas que pode escrever o pobre poeta..
Se não brota o inicio em seu jardim?


sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Amigos

Vêm, vão.. somem
Tempo leva devagar

Como uma corrente
De elos infindaveis

Presos a sonhos
Libertados por ilusões

Sem forma
Muito menos função

Existem por existir
Vivem para que vivamos

Alguns sao névoa
E somem ao meio-dia

Outros sao o mar
Eternizando nossa curta vida

Muito Obrigado

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Espontâneo

Libertem-se os caminhos
Escondidos no pó do tempo
Ladeando pares sozinhos
Embriagados de lamento
Perseguido por anseios
Caído de dores e desejos
Nossos mais puros receios

Cansados de nos esperar

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Vazio S.A.



essa é um historia, que talvez nunca venha a contar
porque o futuro a deus pertence, e nunca aprendi a rezar
"era um belo dia, nas arvores passaros a cantar...
queria que começasse assim, mas era só noite sem luar:

numa rua qualquer,uma dama alta, bateu numa porta
seu nome, "Saudade",tinha um que de alma torta
e dessa casa, saiu uma velha, já meio morta
"nunca, ninguem aqui veio, saia logo, sua tonta"


-sabe que só quem é eterno, aqui pode repousar
mas venho a negocios, porque o novo vem nos ameaçar!
"como?sou mais velha que tu, sois mais velha que o ar
aqui sempre estivemos, e aqui sempre vamos ficar"

nao diga isso ,porque o mudo mundo mudou
nele se ergue um canto, nao sei qual voz clamou
naquele silencio, em que um dia nosso clã reinou
agora arde uma melodia, que a todos encantou

E a vovó "Tristeza" ja ecolhida, soube do perigo
-se quer meu conselho, é tudo um jogo,
que não podem ganhar!, ponho minha mao no fogo
porque o homem é homem, e alegria de homem, acaba logo

-Mais no tabuleiro, essa partida já perdemos,
será qeu nao sente, seu mundo tremendo?
"se for assim, para onde vamos?"
-ainda há chance, tenho um plano estupendo!
Mas de tu preciso, és o dom, sem voce nada entendo

e seu plano contou, sem calor, nem amor
e um sorriso, ha muito tempo escondido,
nos labios da velha se fez percebido
pois essa ideia nao era boa, era sim pura dor

em um mês, o canto acabou, ninguem nem recorda
juntas "a Saudade" e "a Tristeza"
trouxeram um novo, velho conhecido
de terno preto, e pasta na mão
ele se escondeu num espelho sem borda
naquele antigo mar de beleza
onde vaga tudo que está perdido
faz com que todos, se esqueçam do coraçao


antes por muitos nomes foi chamado
cada um menos apropriado,
e agora, sempre que nos olhamos
é como um pesadelo, e seus disfarces, muitos
eu o vejo como um poderoso industrial
dono da fabrica " Vazio S.A.",
trabalha sempre a todo potencial

que distribui,sem pedido, mas com autoridade
doses de tristeza e saudade
pois aquelas que pensavamos apagar
sempre voltam para nos atormentar

...
e quem era eu para isso lhes contar?
sou o esquecido " Sonho", será que consegue lembrar?
vi tudo isso acontecer..
vi meu dominio esvanecer
vi o "Vazio" dominar o homem

mas e a " Esperança" ?
...dizem que ela seria a ultima a ir...
mas no mundo que reina a vingança
quem resiste? e ainda espera a esperança vir?

mas apesar dos pesares...
aqui esse servo persiste
no unico dos lugares..
em que o sonho ainda existe

a cada olhar de criança que cruzar
me procurem ali, no reflexo vivo
e se conseguir me levar..
seja breve e furtivo
que assim te acompanho sem lamento
e desse modo prometo..
pelo menos enquanto te ver dormir
e seu espirito, enfim descansar
nessa hora fico alerta
porque tenho uma promessa certa
de que enquanto sua alma no sonho repousar
o vazio jamais vai lhe encontrar

Um Homem Contra o Castelo

Espadas refletem a lua nova
O lago tingindo de rubi vermelho

E o vento nunca soprou tao celestial
Doces flautas alcançando sonhos

Sozinho como uma rocha no mar
Ele resistiu a tudo e todos

Raios secos derrubando certezas
E a fortaleza treme diante dele

Um amor , uma luta, um corte
Cortando as algemas do destino

E o tigre sempre caça atento
Dançando em laminas desgarradas

E o chão se dividiu ao meio
Lanças vergando ao leve toque

O espirito não se quebrou nunca
e um homem de paixão afiada

Só existe ela no mundo

Desfez um reino..em pó e sangue

Dez golpes..um sonho

Um "Eu te Amo" entalhado em aço e fogo
Desculpas a todos que leêm o blog..não estava nos meus planos demorar tanto para postar... mas logo logo eu tiro o atraso

Abraços a todos

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Meia-Noite

Em horas desafinadas
Gatos negros uivam à lua

Lugares santos em profanas ruas
Janelas expõem a verdade nua

Lobos caçam sonhos de menino
Fadas assombram fantasmas inocentes

Um cronista escreve em mesas e copos
Relatando a loucura em viva pena

Ilusoes se retraem para cantos luminosos
E o silêncio só existe para quem o ouve

Portas vão a lojas que nunca abrem
E vendem-se cordas com estrelas cadentes

Perpetuos deuses de mortal descendencia
Brincam na areia de diamantes finos

Livros mais vivos que seus leitores
Atraem vortices de delirio profundo

Poesias são queimadas para voarem ao céu
Poetas são amarrados para descerem ao limbo

Goles de sobriedade tem peso em ouro
Escassos como a verdade das palavras

Procure às almas da meia noite
E receba nevoas do passado , presente e futuro

Na hora que não esta em mapas ou relogios
Escape da insana rotina normal



Venha degustar a realidade, de nossas loucas fantasias


Nossos destinos se entrelaçam
por finos bordados de ouro

Em uma cena de cetim puro
Meus sentidos te simulam

Em cada palavra me lembrando
seu toque , seu olhar

Universos inteiros à conspirar
só em seu abraço , infindo

Mares de luz afagam sua coroa
levando junto singela harmonia

Pois um segundo se tornou um dia
Em uma sinfonia de horas a toa

Talvez curto seja o sentido
mas o amor que por ti tenho

é o mais largo do mundo


sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Fugitivo

Corro desse escritor compulsivo e cansado
palavras sao libertas e espalhadas
especialmente eu.
Mas ele insiste em me algemar àquela planicie nevada
apenas para mais uma fuga dá prisão
Não posso ser condenado !

Tantas jovens a suspirar...
tantos duelos me aguardam...
Romeo marcou hora e não posso atrasar !

Por favor, te imploro ó poeta
não me amarre
o mundo se entristece sem minha beleza
não me prenda
pois livre eu vim
e livre fico ao seu lado!

Ass: Amor

Minha Fé

Acredito em duvidar

Dar aos loucos uma nova crença

Professo meu sofrer

A cada hora que a vida cessa

Confio em nós

E nas chamas do céu ardente

Me escondo de vós

Por medo da luz nascente

Ouço harmonias divinas

Mesmo nos ritos profanos

Voei em asas celestes

Quando venci meus enganos

Viverei eternamente

Se me levar em seu coração

Seu anjo somente

No infinito da nossa criação

Meu amor

sábado, 9 de agosto de 2008

Tradução do poema no Capítulo Segundo



Take your black wings to fly

Pegue suas asas negras para voar

Enter our realm of truth and cry

Entre em nosso reino de verdade e lágrimas

Master paths to what is fair

Domine caminhos para o que é certo

Put your way trough earth and air

Ponha seu caminho atraves de terra e ar

Open eyes to soaking light

Abra os olhos para a luz que o banha

Rending roads to love and fight

Golpeando estradas para o amor e a guerra

Unite thy dreams aeons apart

Una os sonhos por eras separados

May your God bless soul and heart

Que seu deus abençoe a alma e o coração

Capitulo Segundo: Temporum


Londres, 3 de maio de 1408

Dante era uma pessoa muito calculista, a ponto de seu apelido quando servia ao exercito ser "Deigh" , ou gelo em Gaelico. Falava pouco em festas, menos ainda no trabalho...não que houvesse muito esses últimos anos. Filho de um escudeiro do rei, ele apenas pensava em ser cavaleiro de grandes batalhas, uma vida gloriosa, tendo sobre si os louros de cada batalha e cada fortaleza caída.

Nas ironias do destino, ele realmente tombou castelos e e venceu guerras... Mas todos os seus atos foram nas sombras. Seu trabalho nas guerras era simples , embora difícil de se executar. Era o único assassino reconhecido por Henrique IV , um grande feito para alguém de apenas 23 anos. Suas vitimas eram sempre generais, cardeais , ou lordes. Suas incursões sempre poupavam vidas dos soldados em batalha, ou pelo menos era o que ele pensava nas poucas noites em que sentia remorso.

Sempre evitava se envolver em problemas, já que discrição era uma armadura mais eficaz que aço.. Pelo menos era o que pensava, até entrar naquela taverna.

A cena seria até comum, trivial : Um nórdico embriagado levando uma garota a força. O que fugia do comum, eram as roupas dela, reveladoras até se ela fosse uma dançarina. E sua voz, que mesmo gritando, era estranhamente melodiosa. Não pensou duas vezes e falou para o pequeno bárbaro soltar a mulher...Logicamente , ele não seria atendido , já que um sujeito rude o suficiente para arrastar uma dama, não ia entender que o pedido foi muito mais um aviso do que uma demanda.

Quando deu por si, já estava em fora do bar, com um pequeno berzeker tentando derruba-lo. A "a maior arma é a calma" , vieram as palavras de seu tutor á memória, o agressor já perdeu essa arma a muito tempo, então está despreparado para....

Os expectadores viram, um soco e uma cotovelada... Na verdade aquele borrão era o de três golpes em seqüência ... Mais rápido do que ele pensava , a luta acabou...

Estava olhando as moça, devia ser uma nobre, pois era de aparência muito bem cuidada.. Sem cicatrizes, nem marcas na pele.. Pele muito exposta por sinal..

Sem palavras, estendeu a mão e ajudou-a a se levantar... Naquela hora, percebeu o que estava errado nela.. o que o impeliu a ajudar... Ele havia estudado alquimia com seu tio.. Uma das coisas que podia saber era a data exata de nascimento da pessoa.. Nada muito poderoso.. Mas ainda assim útil quando combinado à astrologia. E a data de nascimento dela, era 600 anos depois de quando estavam..

Sua mente , voltou á analise lúcida e fria... Já ouviu falar de pessoas que foram ao futuro, falando de carruagens mais rápidas que pássaros, e castelos cortando o céu... Mas não era possível "voltar" ao passado.. Pelo menos era o que ele pensava.


-De onde és? Ele pergunta.

-Moro na Picadilly! Ela responde, visivelmente atordoada.

-Sei que não é dessa era.. Pergunto mais uma vez, de onde vens? E qual alquimista foi tolo de te trazer ao passado?

Ela parecia não entender todas as palavras, e quando entendia, suas respostas geravam mais duvidas.. falava de lugares que ele não sabia, e insistia em elogiar o talento dos atores.. falava sobre uma tal de “hintherneit”...Poderia ser ela uma pagã que cultua divindades futuras?

Nesse momento confuso, percebeu uma inscrição na pedra que servia de pórtico na taberna.

Take your black wings to fly

Enter our realm of truth and cry

Master paths to what is fair

Put your way trough earth and air

Open eyes to soaking light

Rending roads to love and fight

Unite thy dreams aeons apart

May your God bless soul and heart

Dante ficou confuso. Aquela escrita não era hebraico, ou grego, nem latim. Era inglês, sabia disso, pois aquela linguagem era usada em documentos de sigilo. Já que o clero não compreendia, e poucos tinha entendimento desse meio.

Contudo ,estava ali, claro e legível..Segurou a mão da mulher, e sentiu o destino tecendo fios a sua volta....


Assim, como um encontro de duas galáxias...

Como uma gota caindo no lago plácido, os eventos haviam começado...

E a ressonância daqueles dois, ecoaria mais forte que as trompas dos Deuses.

Londres , 3 de maio de 1408





PS: Especial para a Lívia por me motivar tanto a escrever e ter tanta paciência comigo

;**



sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Sonhador................

Procurei belas flores de marfim
Nos campos do sonho profundo

Em vida sempre fui assim
Um errante, só no mundo

Agora me despedi do corpo
Para dar asas a ilusão

Voando em um girassol torto
Flutuando nos ventos do coração

Cantei para sereias que dormiram
Colhi a chuva na lua de prata

Bebi lágrimas dos que nunca choram
Caí ao peso de uma carta

Sonho com o mundo e seu fim
Sonho com o universo e seus varios inícios

Sonho em não precisar mais acordar


Mas um sorriso apenas
é o que preciso

Para abandonar o sonhar
E me ajoelhar ao seu reino

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

o amor é definido pelos defeitos que se aceita,
não pelas qualidades que qualquer um reconhece,
é sabendo o que uma pessoa tem que voce não gosta
que descobrimos até onde podemos amar ela

domingo, 3 de agosto de 2008

Para encontrar o Amor

Não procure o amor
Como uma imagem no album
Nem como um ator
Ou num lugar comum

Procure nas palavras sussuradas..
Nas musicas que só amantes ouviram
Nos cantos de luzes cansadas
Ou em beijos que só sonhos sentiram

Não pense como um desenho
Impresso e pronto
Pense em muito carinho
E abraços até passar do ponto

Ele é como uma obra prima
Única e incomparável
Que so nasce do fundo da alma
E vive com dedicação incansável

Meu amor

PS: Feito de improviso alguns meses atrás ^^"

Quatro momentos de Uma só eternidade

Me encontro no seu sorriso pleno
Mostrando uma beleza calma
Procurando um quarto bem pequeno
Que guarda a chave da sua alma

Quero mil dias em uma ilha deserta
Com o seu olhar que alma me aperta
Um céu só dos nossos desejos
Um oceano inteiro só dos seus beijos

Noites vazias sem aquele pensamento
Apenas fazem gelar o pobre coração
Que só bate por aquela canção
Do seu carinho puro a todo momento

Em três palavras resumo meu viver
"eu te amo" e nada mais importa
Pelos belos abraços de alvorecer
Meu infinito rodopia a sua volta


Para você meu amor
O teu riso

Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.

Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.

A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.

Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.

À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.

Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.

Pablo Neruda

Capítulo Primeiro: Chegada

Londres, 3 de maio de 1408

Helena acordou sem abrir os olhos. Falou baixo para si mesma:

- Maravilha... menos um número no celular, e mais uma ressaca, e mais uma reclamação por eu ter dormido na mesa...

Alguns gritos, ela já esperava, então nem se deu ao trabalho de olhar. Mas algo estava errado. Aqueles gritos não pareciam ser inglês ... Alias, eram em inglês, mas um que era terrivelmente fora de época. Já não se usava mais o "Thou" , e nem se usava aquela fala rebuscada e formal... E por algum motivo , estavam a chamando de "My lady".

Levantou o rosto , e teve aquela incômoda sensação de ser o centro das atenções. Estava em uma taverna, parecia vagamente familiar ao lugar que adormeceu...Tirando os animais pendurados e o chão coberto de palha, e a ausência de qualquer coisa que lembrasse o século XXI.

A pessoa que a estava chamando, era um homem baixo, com uma cicatriz no pescoço e uma cota de malha muito enferrujada. Ele deu um sorriso malicioso e falou :

-"My Lady" , uma dama como você não deveria estar vestida assim! Deve estar com frio! Posso aquece-la um pouco em minha humilde casa?


Helena não sabia que peça estavam lhe pregando, mas era uma muito boa. Os mal-encarados eram perfeitos, e até a limpeza do local era o que ela esperava de uma taverna. Pensou no que o sujeito disse, e reparou que estava com um vestido bem revelador (que as amigas chamavam de "El matador" pelo efeito obvio na população masculina). Uma segunda observação foi de que não haviam mulheres ali com qualquer roupa mais provocante do que uma veste episcopal. A terceira foi que os atores sabiam simular desconcertantemente bem a atitude de um lobo vendo uma presa indefesa...e ela não tinha duvida de que era a ovelha da vez. Uma quarta observação foi interrompida quando o homem baixo a levantou e começou a carrega-la em direção a porta.
Sua quinta observação foi gritar:

-Socorro !!! Assedio!! Policia!! Socorro!!!

Por mais que esperneasse ou gritasse, ele não a deixava ir, muito menos alguém a ajudou. Pareciam todos agir como se fosse algo normal. Ela achou que a brincadeira foi longa demais, e tentou um ultimo recurso:

-Chega!! Eu sei que é uma piada, podem parar de atuar, se continuarem eu vou processar o programa!!

Nisso o homem a abaixou e sorriu novamente. Nessa hora ela reparou nos detalhes impressionantes da roupa, do figurino, a sujeira , até a dentição era o que se esperava de um quase-viking...

Assim, como um mergulho em água fria, ela repentinamente tomou consciência. Aquilo não era encenação, de alguma forma, ela veio parar em uma taverna que ficou seis séculos travada no tempo? Não, não é possível...viagem no tempo é coisa para Tachyons e ficção cientifica... Ela só bebeu um pouquinho a mais , não era possível! Suas reflexões sobre a natureza do universo foram interrompidas quando mais uma vez estava sendo levada à a porta. Parecia tudo perdido , não conseguia fazer absolutamente nada que tivesse efeito, até pensou em chorar, mas o orgulho de mulher moderna não se curva nem ao tempo, então deixou de lado, se contentando em falar e espernear (Ainda não convencida que era de verdade)

Subitamente, uma figura adentra o lugar. Ela não consegue ver muito bem, mas percebe que é um homem alto, usando guantes (amadura para as mãos e antebraços) , mas estranhamente, sem nenhuma outra peça de aço. Apenas um colar, em forma de dragão, feito de ouro. Ela não ouviu o que o recém chegado falou, afinal, ainda estava se acostumando ao inglês pré-gramática, as palavras que reconheceu foram : Quem, não, e lá fora, outra ela não compreendeu mas era com certeza um insulto (essas palavras são sempre reconhecíveis, em qualquer língua).

Quando ela se deu conta, estava já no exterior do restaurante, olhando o que deveria ser Londres, mas Londres tinha prédios, asfalto e serviços de limpeza urbana, os três evidentemente não existiam ali, aliás, o lugar parecia inalterado pela revolução industrial, ou até pelo renascimento italiano.

O baixinho da cicatriz largou-a no chão e ela finalmente pode observar o estranho. Era alto, aproximadamente um metro e oitenta, cabelos negros, olhos mais negros ainda, e uma aparência um pouco ameaçadora. Algo em seu olhar parecia queimar como um fogo infernal. Algo em sua cabeça o chamou de "Dante"

Não foram trocadas palavras. O homem que a agarrou saiu correndo como um louco, avançando para cima do estranho, girando os braços para golpeá-lo. "Dante" se esquivou como se estivesse entediado por um palhaço particularmente sem-graça . Sem mudar de expressão, deu um soco no ventre do inimigo, seguido por uma cotovelada que encerrou a luta.

Ela não sabia o nome de verdade dele. Não sabia onde, em que ano, ou em que planeta ela estava.

Ela não tinha entendido muitas palavras até agora, mas sabia que tinha sido salva

E pela primeira vez na vida, um homem a ajudou... Parecia bom demais para ser verdade... O mais inverossímil de tudo era alguém ter feito algo por ela... Isso que não dava para acreditar...

Olhou nos olhos do estranho , e sentiu um arrepio que não tinha nada a ver com o frio.

Londres, 3 de maio de 1408


segunda-feira, 28 de julho de 2008

Genesis

No início, tudo acabou

A luz apagou-se

Os mares secaram

As ávores caíram

Os animais fugiram

E a humanidade sumiu



Tudo acabado, findo e terminado

Um mundo despedaçado, cansado

Estava sentado nas trevas do meu fim

Acompanhado da loucura e solidão

Até que chegou um anjo

Com seu olhar lindamente receoso

Meu anjo brincou comigo

Me curou, Me deu abrigo

Até que seu sorriso, radiante e caloroso

Me abriu o Coração



E veio o Amor

Fez-se a luz

Céu e Terra se dividiram

Florestas nasceram no deserto

Filhotes mil povoaram o mundo

Mas nunca voltei à velha humanindade

Troquei-a por algo muito maior

Algo infinito e divino



O seu sorriso

Meu amor

Benção do Bestiário


Defendendo a mais radiante criação

Como um leão, guardo seu coração

Assim sendo, voe intocada

Tal aquela águia, nunca alcançada

Mente aberta, corpo alerta

Urso batalhador que as trevas acerta

Sob uma linda lua, numa noite de cura

Um lobo ,sozinho, uiva sua alma pura

Se treine, sem cansar

E tal como tigre, nada pode o derrotar

nunca ao topo chegará, se nada esperar

siga as serpentes,tenha calma, e vai triunfar

Quando o mundo, em seus ombros pesar

Não trema, a força dos touros contigo vai estar

E se a noite, silenciosa cair

Ela oculta o lince, esquiva-o de todo olhar

E se porventura ,o medo te dominar

Chame um corvo,que as sombras serão seu lar

E quando vêm um gigante, assustador, a rugir

Dentro de si, encontras, um mangusto a sorrir

E assim, siga sempre, em eterna caminhada

Como a raposa, seu mundo é sua morada

Finalmente, para sempre defender sua paixão

Forje sua alma no sopro do dragão


et duodeni bestia vobiscum

pax vobiscum frater *


*que as doze bestas te acompanhem

Que a paz esteja contigo irmão




sábado, 26 de julho de 2008

Noite Desesperada

O Desespero nao se prende. Vem, voa, vive. Tem seu reino próprio. Acordado em cada lagrima receosa, ou vela murmurante. Nas batidas de uma porta imaginária, ali ele espera paciente. Não se surpreenda se ele vier de uma forma inocente e passiva, não se engane, tem mascaras para cada baile.


Olhares inconvenientes perto da pessoa desejada.


Algumas palavras certas ditas pela pessoa errada.


Só precisa daquela folha em branco, infíma que seja. Até as mais tolas falhas são um portal o convidando, e não se pode expulsa-lo. Só rezar para que alguma verdade desconhecida te arranque daquele ranger interminável. Dos armários nunca abertos. Dos poemas em noites perdidas. Daqueles anjos que caíram para o céu.

Aqui defino o desespero: Tão pesado que não se pode carregar, tão perigoso que e alastra ao menor toque. Tão dominador, que esquecemos de ouvir, falar ou pensar sobre tudo que nao seja desesperador.


Para ele todos se igualam , o abismo na alma dos humildes é tão escuro quanto a mina de ouro dos afortunados. Porque nosso ilustre cavalheiro so procura um pequeno jardim para suas sementes espinhosas. Não precisa de um sentido profundo e místico, nem um terreno particularmente propício, tal como as ervas venenosas, ele nasce sem permissão, e ataca sem piedade


Está nas ações repetitivas , compassadas pelo coração em delírio. Não existe extase, nem felicidade. Só os breves momentos em que ele nos nega sua compania.


As vezes naquela raridade dos contos de fada, nascem algumas pessoas únicas, dotadas de tal espírito que se tornam fora de alcance...e por mais que ele tente empurrar, o Desespero não passa, pois a porta está fechada e lacrada ... Porém irremediavelmente em algum dia fatídico , o lacre se funde ao calor da raiva, ou se quebra ao frio de uma rejeição... e pelas frestas vem uma névoa , sorrateira...
Essa fuga tao almejada...nunca vê a luz do túnel...nunca o levará a liberdade.

Há os mais raros , de tons e cores variados. Desesperados por natureza,não o trancam, mas sim abraçam o velho amigo. Unem-se a sua presença, em atos tão perdidos que são impossiveis aos esclarecidos. São os que saltam ao vale sem nenhum medo. Pois tem plena confiança de voarem no vento. Veja que são completos no seu detino. Não afastam o fim apenas o tornam seu ente querido. E nesse encontro caloroso, é que são quebradas as correntes que limitam um futuro promissor , ou uma alma imortal. Desse modo, cada pequeno abraço, cada momento em compania dele, gera delicias impossiveis de serem cultivadas...Nasce uma arvore negra , semeada pelo desespero, regada com delirios, crescendo pelo desejo... culminando em frutos com sabor de sonho e paraíso

Pois quem abraça o desespero, ganha as carícias da eternidade



quarta-feira, 23 de julho de 2008

Prólogo: Espera

Londres, 3 de maio de 2008

Ela esperou muito até... Três horas é demais para um primeiro encontro. Se pelo menos não fosse bobinha, não caisse nas garras de mais um recém-separado..Gastar a noite com ele..Jantar no restaurante da moda...Confessar quando se envolvia..Só para vê-los voltarem com a ex na primeira discussão
Estava cansada.
Estava cansada, com sono, e se não tivesse bebido tanto, estaria com raiva. O bar ja esvaziava, a ultima clientela indo embora, uns e outros, como ela, só estavam lá para não ir em casa. Encontrar a Solidão, em uma camisola de trevas, esperando carinhosamente.

Naquele lugar esfumaçado, cheio de névoas das chances perdidas, e pedras de ressentimento em cada mesa. O tempo passava mais devagar, e com ele, o coração ia desacelerando. Se pelo menos viesse algum cavaleiro andante lhe socorrer. Se um salvador em armadura fulgurante, em seu cavalo branco, a levasse para além do por-do-sol...

Tentou espantar aqueles pensamentos, afinal, não haviam mais cavaleiros, nem paixões. Tudo se resume a poder. Quem domina a relação... Seja na cama, na mesa, ou na casa.. Tudo desses tempos modernos está na coleira do Domínio.

Sem perceber, deitou a cabeça, pensando em chorar... Mas não conseguia... Sabia como ia ser .. Sabia que ele só queria provar que podia sair com ela... Provavelmente apostou também... Estava naqueles momentos de compreensão, uma epifania... O mundo era uma serie de engrenagens... todas girando desesperadamente, esmagando as companheiras, apenas para voltar ao lugar que estavam... Pensamentos iam desordenados... Simplesmente era fraca... Sempre foi.. Desde criança na escola.. Desde que perdeu seu primeiro amor para uma prima... Até o namorado que à traiu tantas vezes no segundo grau... O divorcio dos pais... A depressão... Os remédios... As terapias.. Para que? Se no final a roda apenas voltou para seu lugar... Um poço escuro, sem vida, sem alma... Tão cansada... Tanto sono...


Adormeceu ali, sem perceber... E sonhou no passado... Mal sabia ela... Que aquele lugar nao era só um encontramento de ruas... Era uma parada do destino...


Adormeceu... e sua engrenagem voltou... Voltou... Torcendo o tempo e o espaço... Tecendo a mente e o corpo...

Ela acordou no sonho... Pelo menos ela pensava ser um...

Mas Helena estava mais desperta que nunca...

Londres, 3 de maio de 1408

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Primeiro Ato : Bem- Vindos

Dante, Shakespeare, Camões, os tres maiores expoentes da litaraturra mundial. O que os versos desses genios tem em comum?

AMOR

Por causa dele, Tróia caiu, reinos foram incediados e mitos se tornaram realidade.
Esse Amor épico, de Afrodite até Parvati, passando pelos milhares de casais do romantismo, e os quadros de pombinhos apaixonados. Até uma instituição social foi criada, pensando-se no amor (o casamento era pra ser sobre isso XD ).

Ainda assim, o coitado é cada vez mais chutado, dia apos dia. Seja em filmes que poe um casal só para ter cenas torridas, ou aquelas poesias pré-prontas que sao tao boas quanto comida congelada. Os que se declaram apaixonados, são ridicularizados, como se vivessem em uma outra era. Talvez seja verdade, mas pelo menos, é um lugar. A paixão, talvez seja isso, um lugar para os que estao perdidos, o olho do furacão, onde se pode encontrar a calma.

Ainda assim, o amor vive. Tal como nos cavaleiros antigos, nos duelos vitorianos, ou buscas incansaveis. Há historias sobre o amor, que nao passam pela fantasia, e sao mais inacreditaveis que qualquer livro.

Por fim, falo nao só do amor romantico, mas do amor humano, do amor a algo, até de coisas que poucos sentem, e menos ainda compreendem. São esses misterios sub-quanticos que tornam a vida tao incerta, e tao divertida.

Esse blog, é sobretudo, uma conversa. Não sou um contador de historias, nem um conquistador inveterado. Sou apenas uma pessoa como qualquer outtra, que quer saber mais , ir mais fundo, nesse oceano que todos , admitindo ou nao, querem mergulhar

Bem Vindos